quarta-feira, 30 de março de 2016

Lógica Programática

Apesar de compreensível, a lógica programática se mostra bem difícil de aplicar. Depreende-se que um arquiteto não deve planejar cada centímetro de um espaço, mas propiciar uma  oportunidade para que o futuro usuário o modifique conforme seus desejos sem a necessidade de um profissional. 
Infelizmente, não consegui aplicar esses conceitos a todos os objetos e mesmo a caixa de plástico, para o qual pensei uma solução, não considerei o resultado satisfatório.


Essa caixa possui divisórias fixas, de modo que os objetos que poderiam ser guardados nesses espaços se limitavam àqueles de pequenas dimensões. Caso as divisórias fossem móveis, a possibilidade de uso se ampliaria muito, pois o usuário poderia modelá-la como quisesse, poderia deixá-la completamente livre ou dividir em diferentes quantidades de nichos.
Entretanto, o uso do objeto mesmo com a mudança ainda é muito restrito, pois ainda está limitado ao que foi projetado.

segunda-feira, 28 de março de 2016

Croquis EA



Devido à presença de curvas esse croqui foi particularmente difícil, principalmente a escada.




domingo, 27 de março de 2016

Programa?

Vilém Flusser no instantâneo Nosso Programa mostra que as explicações humanas se baseavam na finalidade de algo ou na sua causa , entretanto por serem essas insatisfatórias o autor introduz a lógica programática, que se baseia no acaso.

O objeto que me representou na dinâmica feita em sala foi um mapa, pois a partir de uma lógica finalística eles foram criados para representar a superfície terrestre e localizar o ser humano nela. Porém ao criar algo não é possível ter total controle sobre os usos futuros desse algo, pois há a intervenção do acaso. Um instrumento criado com função de localização hoje pode ser usado para medir distâncias, passar informações como grau de desmatamento ou de urbanização de um país ou em um sentido mais pessoal marcar lugares que já foi ou gostaria de conhecer, assim é notável que a imprevisibilidade do destino de algo é positiva pois isso pode gerar novas utilidades não pensadas originalmente.
Apesar de as relações terem sido feitas com sentidos finalísticos ou causalísticos, é notável que todo o exercício aconteceu de modo programático. Eu fiz uma ligação do meu mapa a um algodão com o objetivo de obter a sua leveza, mas era impossível prever que esse e outros objetos estariam lá, assim como também não se poderia prever que ligariam um cadeado, uma caixa e um cabo ao meu objeto. Mesmo que quiséssemos, seria inviável programar o que iria acontecer porque temos muitas variáveis envolvidas.

terça-feira, 22 de março de 2016

Complexo Arquitetônico da Pampulha

O Complexo da Pampulha foi pensado por Juscelino Kubitschek, então prefeito de Belo Horizonte, para ser um bairro de lazer em meio a capital mineira. Composto por quatro edifícios- restaurante, cassino, igreja e clube- às margens da Lagoa da Pampulha. Foi esse um dos primeiros projetos do arquiteto Oscar Niemeyer que o mesmo considerou como uma “oportunidade de contestar a monotonia que cercava a arquitetura contemporânea”. 

Igreja de São Francisco de Assis

Famosa por suas curvas, possíveis a partir da tecnologia do concreto armado, a Igreja recebeu muitas críticas das autoridades religiosas por seu formato incomum e por 14 anos não foi consagrada.
É composta por duas abóbadas formando a nave e o altar e duas para apoio, além de um campanário independente. Seus jardins externos foram projetados pelo paisagista Burle Marx e os painéis pintados por Cândido Portinari com assistência do jovem artista Athos Bulcão.

Casa do Baile
Projetada para funcionar como espaço de lazer que abrigasse música e dança, também foi fechada em 1946 pois a interrupção das atividades do cassino afetou seu funcionamento. Na década de 80 funcionou como anexo do MAP, mas foi novamente fechada. Apenas 2002 começou a funcionar como Centro de referência em Urbanismo, Arquitetura e Design.
O volume principal é formado por duas circunferências que se tangenciam internamente formando um espaço de convivência e um de apoio, do lado oposto há um palco circular que recebe pequenas apresentações. Entre os dois espaços há a icônica marquise sinuosa que caracteriza o lugar.

Cassino
Dada a complexidade da estrutura e a riqueza de detalhes é quase impossível acreditar que, a pedido de Juscelino Kubistchek, Oscar Niemeyer projetou esse lugar em apenas uma noite. Composto por vários espaços como bar, restaurante, salão de jogos e pista de dança, o local foi na época da inauguração símbolo de modernidade e sofisticação, já que apresenta belas retas e curvas em sua forma desvinculando-se da arquitetura convencional do período, além da nobreza dos materiais utilizados como o piso em parte de mármore ou as colunas de aço inoxidável.
Externamente possui jardins arquitetados por Burle Marx, além de esculturas Alfredo Ceschiatti, August Zamoyski, José Pedrosa e de Almicar de Castro.
O local foi utilizado para sua função original apenas por três anos, pois em 1946 o então Presidente da República Eurico Gaspar Dutra proibiu o funcionamento dos cassinos. Apenas 11 anos depois, em 1957, o lugar recebeu outra utilidade, foi fundado o Museu de Arte da Pampulha.

Iate Tênis Clube
Concebido na forma de um barco que avança sobre as aguas da lagoa, foi inaugurado em 1943 com o nome de Iate Golfe Clube e sob administração da prefeitura, mas em 1960, na tentativa de arrecadar dinheiro para obras públicas, foi vendido para a iniciativa privada.
Possui painéis de Candido Portinari e Roberto Burle Marx, além de jardins também projetados pelo segundo.

Fontes:
Belo Horizonte. Disponível em:< http://belohorizonte.mg.gov.br/atrativos/roteiros/marcos-da-modernidade/iate-clube> Acesso em 22 de março de 2016.
Fundação Athos Bulcão. Disponível em: < http://www.fundathos.org.br/athos-bulcao> Acesso em 20 de março de 2016.
Iate Tênis Clube. Disponível em: < http://www.iatebh.com.br/site/historico/> Acesso 21 de março de 2016.
Museu Virtual Pampulha. Disponíel em: < http://www.museuvirtualbrasil.com.br/museu_pampulha/modules/news3/article.php?storyid=17> Acesso em 22 de março de 2016.
Niemeyer, Oscar, 1907. As Curvas do tempo: Memórias. 7º edição. Rio de Janeiro: Revan, 2000. 320p.
Niemeyer, Oscar. Minha Arquitetura 1937-2004. Rio de Janeiro: Revan, 2004.

terça-feira, 15 de março de 2016

Croquis - MAP

Um objeto pequeno

Os azulejos usados em diversos lugares do museu, e também em outras obras da Pampulha, possuem desenhos azuis em fundos brancos como os que faziam parte da casa do Arquiteto Oscar Niemeyer, como esse cita em seu livro As Curvas do Tempo.

Desenho feito rapidamente



Desenho refeito refeito


Um Objeto maior que você

Uma visão de um dos lados da estrutura.

Desenho refeito posteriormente
Desenho feito no local















Um Objeto aproximadamente do seu tamanho


Uma tentativa de reproduzir um caminho de pedras

segunda-feira, 14 de março de 2016

Arquitetura X Vestuário

Esquecendo o que é óbvio pode ser bem difícil especificar o que a arquitetura proporciona ao ser humano que uma peça de roupa não pode proporcionar. Da mesma forma que uma estrutura arquitetônica pode proteger o ser humano das intempéries da natureza e descrever sua personalidade o vestuário também pode, porém não com a mesma proporção.
Qualquer pessoa que sinta frio pode usar um casaco e se aquecer, mas seria bem mais agradável permanecer dentro de sua casa onde é mais aquecido. Em caso de chuva pode-se usar um guarda-chuva ou uma capa, mas nenhum dos dois consegue mantê-lo completamente seco quanto se você estivesse em algum abrigo. Nesses casos, o vestuário e a arquitetura cumprem a mesma função, porém a segunda o faz com maior perfeição, provendo maior conforto ao ser humano. 
Tanto a arquitetura quanto as vestimentas podem descrever a personalidade de quem usufrui delas, porém o vestuário é pensado como de uso individual e as obras arquitetônicas são pensadas para um uso mais coletivo, pode ser uma pequena família ou até uma cidade inteira.
Assim, as duas realizam a mesma função em escalas diferentes. Na impossibilidade de estar abrigado em algum momento inoportuno, a sua indumentária pode suprir suas necessidades. Enquanto que ambas também expressam quem delas se utiliza, mas uma é singular e a outra é plural.

Animação Cultural

Segundo o texto, o homem foi criado a partir de um objeto -comparável ao tijolo- portanto seríamos nós, homens, inferiores a eles. Porém, a partir da necessidade criamos outros objetos, subjugando-os à vontade humana e não conseguimos progredir sem eles, logo, esses continuam na posição de controle que possuíam antes e que exercem atualmente.
É notável a dependência que possuímos em relação aos objetos cotidianos, principalmente os tecnológicos. De forma que nossa vivência diária é comprometida caso não tenhamos acesso a eles, pois na maioria dos casos a atividade que precisa ser realizada é feita completamente por eles, enquanto a nós é reservada apenas a sua manipulação.Assim, podemos observar uma substituição do homem pelo maquinário, pois esses aparelhos são capazes de realizar tarefas humanas sem os homens, enquanto nós, homens, não conseguimos suprir por nós mesmos a função dos objetos.
Entretanto, os objetos não conseguiriam dominar a humanidade na sua totalidade, pois, embora sejam capazes de muito mais que as pessoas, esses são produtos do trabalho humano, ou seja, não existiram sem ele. Além de que a atuação dos objetos em qualquer campo ainda está impregnada de cultura humana.